Reportagem especial

Como procurar empregos pelas redes sociais em Santa Maria

Pâmela Rubin Matge

Foto: Charles Guerra (Diário)

Está tudo ligado, entrelaçado, compartilhado. Conceitos mais formais tratam rede social como estrutura virtual composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações - das pessoais às profissionais. A propósito, a evolução dessas plataformas se tornou uma referência na busca e oferta de vagas de emprego, o que ultrapassa uma opção e tem sido prioridade para muita gente. Em Santa Maria, diversos grupos, sobretudo, no Facebook, são endereço de informações para vagas de trabalho, além dos perfis pessoais que utilizam a própria timeline para o mesmo tipo de divulgação. Só no grupo Empregos Santa Maria e Regiãosão 43 mil membros. Na reportagem especial deste fim de semana, a reportagem* do Diário conta histórias de quem conseguiu um emprego visualizando oportunidades em uma simples  pesquisa pelo celular, dicas de especialistas na hora de encontrar uma vaga, além de saber mais como utilizar as redes sociais ao seu favor. 

TECNOLOGIA NA BUSCA POR EMPREGO
A expressividade dos números reflete estatísticas nacionais. No país em que 116 milhões de pessoas acessam a internet, 94,2% destinam o uso para as redes sociais, segundo apontou o suplemento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE.  

Outro estudo promovido pela agência We Are Social e a plataforma Hootsuite informou que, em 2017, o brasileiro gastou, em média, 3 horas e 39 minutos por dia nas redes sociais, ocupando, assim, a segunda colocação, atrás dos filipinos, que gastam 3h57min diários, e à frente dos tailandeses, que detêm a marca de 3h23min.

Em contraste, mais um levantamento, também do IBGE: 13 milhões de desempregados no país. Em Santa Maria, segundo economistas locais, o número beira os 30 mil.

O cenário ainda está longe do fim das longas filas e currículos debaixo do braço à procura por um lugar no mercado de trabalho, mas a relação: emprego X redes sociais implica em um crescente número de adeptos à caça de oportunidades no meio virtual e de tecnologias específicas para aplicativos ou aprimoramento de buscadores de vagas. No ano passado, até um "tinder de vagas" foi desenvolvido. É a startup Apponte, que permite a gravação de vídeos e áudios para incrementar o currículo. O "match" começa quando a empresa "curte" o perfil do candidato. Uma notificação é enviada e ele decide se está disposto a continuar no processo. Assim, cada vaga tem que combinar com as experiências e expectativas dos usuários da empresa.

 Se, no início dos anos 2000, as empresas começavam a divulgar empregos na internet, por meio de sites como VAGAS, Catho e InfoJobs, na última década, as redes sociais massificaram esse serviço, conforme menciona Lidiane Bertê, diretora da Intelectus - uma consultoria em gestão estratégica de pessoas em Santa Maria.

Onde Lidiane trabalha, todas as vagas da empresa são publicadas no Facebook, Instagram e Linkedin (esse último, específico para perfis profissionais).

- As redes sociais têm permitido um contato mais próximo das pessoas com os recrutadores e com as empresas. As informações ajudam a identificar se o candidato tem afinidade com a vaga. Há uns sete anos, a pessoa deixava currículo na recepção ou se cadastrava no banco de dados. Hoje, isso tem mudado - explica Lidiane.

 Na Futura Gestão de Pessoas, em outra empresa santa-mariense, pelo menos 50% dos recrutados, isto é, pessoas que recebem a oferta vaga, chegam por meio do Facebook. São cerca de 1, 5 mil recrutamentos por mês. 

- Se eu não tivesse essa ferramenta (publicação no Facebook), não teria condições de fazer um processo seletivo de um dia para o outro, embora nós tenhamos 38 mil candidatos em banco de dados. Os que estão querendo vaga "para hoje" são os que curtem, comentam e mandam mensagens. Quem tem urgência (da vaga) está ali, ligado o tempo todo. A gente lança a oportunidade no site e vai direto para o Facebook, que notifica na hora as pessoas que no seguem (fanpage da Futura) _ exemplifica Telma Ré, proprietária da empresa.

ALGUMAS DICAS PARA CONSEGUIR UM EMPREGO NAS REDES SOCIAIS

  • Elabore um currículo e/ou um portfólio - E os mantenha atualizados. É preciso que o currículo se adeque ao perfil e à vaga, com informações básicas e pessoais de contato como nome, idade, endereço, e-mail, número de celular, além da formação escolar, experiências profissionais anteriores e formação complementar, como cursos e workshops. Sempre de forma objetiva, somente com as informações que forem mais relevantes

  • Experimente os recursos do Facebook - O Facebook lançou, neste ano, a ferramenta Facebook Jobs, que pode ser acessada gratuitamente na plataforma. O objetivo é facilitar a busca de emprego na rede social.  Para acessar o Facebook Jobs, vá na seção "Explorar", no lado esquerdo da sua timeline, e clique em "Empregos". Selecione a localização desejada, o setor de interesse e o tipo de vaga que você procura (período integral, meio período, etc). Quando encontrar uma oportunidade interessante, clique em "Candidatar-se".  É importante também fazer uma lista de empresas com as quais você se identifica e curtir as respectivas páginas no Facebook. Curta também páginas de empresas recrutadoras, que costumam divulgar vagas disponíveis. Em Santa Maria, existem, por exemplo, a Intelectus, a CDL Emprego e RHecrutamento e Seleção, a EFEITO mais, Futura Gestão de Pessoas, entre outras.  É útil também participar de grupos que divulgam oportunidades. Esses grupos podem ser encontrados por meio do buscador do Facebook. Digite palavras-chave como "emprego" e "vagas", ou seja mais específico, digitando, por exemplo, "empregos Santa Maria", e filtre a busca para "Grupos". O mesmo vale para encontrar páginas.  Todos esses recursos podem ser utilizados também no aplicativo do Facebook para Android e iOS

  • Faça conexões no Linkedin - Há uma seção chamada "Vagas", onde você pode pesquisar vagas de emprego por localização. A rede social também sugere para você oportunidades que se encaixam no seu perfil, de acordo com as empresas que você segue e com as competências que estão listadas no seu currículo. O Linkedin também envia "alertas" de vagas para o seu e-mail. A rede social tem também um aplicativo para Android e iOS

  • Siga empresas no Twitter - Embora o Twitter não tenha uma ferramenta específica para buscar emprego, é importante que você siga as empresas pelas quais tem interesse, porque, eventualmente, as companhias divulgam vagas em seus perfis na rede social.
    Você também pode usar o buscador do Twitter para encontrar divulgações de vagas. Utilize as palavras-chave "emprego" e "vagas", ou outras que você desejar, e veja se encontra uma oportunidade

  • Siga #hashtags no Instagram - Uma função recente do Instagram que também pode auxiliar na busca por uma vaga é a possibilidade de seguir uma hashtag. Para fazer isso, você deve digitar a hashtag no buscador da rede social (ex: #emprego, #vagas), selecionar alguma das opções que aparecerem e clicar em "Seguir". Assim, todas as publicações relacionadas a essa hashtag vão aparecer na sua timeline. Assim como no Twitter, você também pode seguir no Instagram os perfis das empresas que são do seu interesse

  • Baixe o app do governo federal - Em 2017, o governo federal lançou o aplicativo Sine Fácil, que reúne as oportunidades de emprego do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Além de encontrar vagas de acordo com a sua região e perfil profissional, também é possível consultar no aplicativo o auxílio-desemprego e o abono salarial.
    Após baixar o app, disponível para Android e iOS, você tem duas opções de acesso aos serviços: fazendo um cadastro no site cidadão.br ou por meio de um QR Code, código que pode ser obtido nos postos de atendimento do Sine e no requerimento do seguro-desemprego. O QR Code deve ser escaneado com a câmera do celular

  • Cuide da sua imagem - As redes sociais facilitam o contato com empresas e recrutadores, mas também é preciso tomar alguns cuidados. Telma Ré, proprietária da Futura Gestão de pessoas, alerta:
    - Tem as pessoas que nos chamam atenção positivamente pela postura nas redes sociais e nos cativam, mas tem aquelas que não sabem se portar, seja pelas fotos que mostram alguns hábitos ou pelos posts. Comentários do tipo: De novo essa vaga? Esse salário? Um candidato que tem esse tipo de atitude no nosso Face, não fizemos questão em contratar.

  • Mantenha contato com recrutadores  - A diretora da Intelectus, Lidiane Bertê, afirma que os candidatos a uma vaga de emprego podem adicionar os recrutadores nas redes sociais para tirar dúvidas, mas, é preciso ter cuidado para não ser inconveniente.
    - É bacana porque mostra interesse, mas tem que ter bom senso. Se tiver uma dúvida pontual, pode falar com o recrutador, mas em horários adequados. Não é bom também insistir o tempo todo - aconselha Lidiane.
    Se for adicionar recrutadores nas redes sociais, o candidato também precisa estar ciente de que eles poderão ver suas publicações. Lembre-se que antes de procurar o profissional para tirar dúvidas sobre uma vaga, é importante ler as indicações da publicação, para que você não pergunte o que já está explicado. Demonstrar que não leu com atenção as instruções também pode ser um fator de eliminação

  • Utilize o Google For Jobs - Neste ano, o Google lançou uma funcionalidade no seu buscador que facilita a procura por vagas de emprego. A ferramenta, chamada de Google For Jobs, FAZ uma busca em sites de divulgação de oportunidades profissionais e em redes sociais, como o Linkedin, e apresenta uma lista com os resultados. 
    Para utilizar a função, você deve fazer uma pesquisa no próprio buscador do Google, usando o termo "trabalhos próximos a mim". Você pode filtrar a busca por cargo ou nome da profissão e localização. 
    A diferença é que antes o Google apenas indicava sites que divulgam oportunidades de trabalho, como VAGAS, Catho e InfoJobs, e agora o buscador apresenta uma lista pronta para o usuário

TICIANE VIU UMA VAGA EM GRUPO DO FACEB E EM 24H JÁ ESTAVA EMPREGADA
Foto: Charles Guerra (Diário)

Foi pelo telefone celular que a pedagoga Ticiane Sobroza, 35 anos, acessou o Facebook e entrou em um grupo de empregos de Santa Maria numa tarde de quinta-feira, dia 12 de abril. No mesmo dia, pela manhã, a proprietária do Centro de Educação Infantil Piaget, Francielli Alves, 37 anos, havia feito um post no mesmo grupo oferecendo uma vaga para professora infantil.

Em menos de uma hora, as duas já se comunicavam pelo messenger (serviço de mensagens instantâneas do Facebook), trocavam o número de telefone e Francielli analisava o currículo de Ticiane.

No outro dia, a pedagoga foi à escolinha para um teste, sendo contratada imediatamente. 

- Costumo contratar por empresas de RH, mas, desta vez, eu estava desesperada e precisava de alguém para vaga. Foi a primeira vez que utilizei os grupos do Facebook e dei sorte, pois deu certo a contratação. Foi muito rápido. Fiz o post, ela curtiu e, em seguida, estávamos conversando e acertando detalhes -conta a proprietária.

Para Ticiane, essa é a segunda experiência de emprego que começou em buscas no Facebook. A primeira foi uma vaga que ela também conseguiu em uma livraria da cidade, no ano passado.

- No caso da vaga da escola, eu estava na casa da mina vó, usando o celular, e uso bastante o Facebook. Existe prós e contras nas redes sociais. Os usuários devem filtrar bem tudo o que visualizaram, pois existem muitas postagens falsas. Aproveito ao máximo o recurso, mas sempre tendo o cuidado de verificar a veracidade das informações, e ligo para a empresa antes de enviar dados pessoais.

FACILIDADE PARA OS CONCURSEIROS
No último concurso para auxiliar administrativo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), das cinco dicas publicadas em um post por um professor, um dia antes da prova, três caíram. É o que afirma o gerente do Grécia Cursos, Bruno Saldanha:

- O professor também falou em aula, mas, às vezes, a pessoa não está presente ou não presta atenção. Muita gente acertou porque temos além da página,um grupo no Facebook. As redes sociais nos aproximaram dos alunos e deixaram todo mundo mais informado.

Saldanha menciona que o curso tem mais de 22 anos, mas, apesar de ser uma referência no ramo, foi por meio das redes sociais que os concurseiros de plantão tiveram mais acesso às datas e provas em qualquer cidade ou Estado, o que, antes, somente era possível por editais de jornais ou na comunicação boca a boca. Atualmente, levantamentos internos apontam que um expressivo número de alunos têm conhecimento dos novos concursos por esses meios

- No caso das carreiras policiais, por exemplo, 40% dos nossos alunos tiveram conhecimento do concurso pelo Facebook.

Por que buscar emprego pelas redes sociais?

  • É gratuito
  • É rápido 
  • Constante atualização
  • Oportunidades em várias cidades e na área especifica que deseja
  • Visibilidade e divulgação em todo o mundo
  • Visualização de referência de outros profissionais
  • Novos contatos
  • Manter antigas relações profissionais 

ATUALIZAR-SE PARA CONCORRER UMA VAGA É IMPRESCINDÍVEL
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Procura uma vaga? Ter currículo é o primeiro passo. Para quem tem trabalhos produzidos para mostrar, é importante criar um portfólio, desde que esse se mantenha atualizado. O mesmo vale para as redes sociais e o uso correto delas.

Jornalista, professor e coordenador de Produção da Universidade Franciscana (UFN) Virtual, Iuri Lammel lembra que, há muitos anos, existem websites específicos para ofertas de emprego, mas as redes sociais estão ocupando um espaço nessa dinâmica de busca e oferta de empregos, porque são, hoje, o espaço de maior interação na internet. Há tanto busca quanto oferta de empregos em redes sociais genéricas, como o Facebook, e em redes sociais específicas para isso, como o Linkedin. No Face, entretanto, o interessado em uma vaga deve manter uma vigilância constante nas publicações do grupo e, além disso, precisa ter muito cuidado com "roubadas", como atividades subvalorizadas e organizações não legalizadas.

Já o site Linkedin é uma rede social inteiramente dedicada ao mundo profissional. Lá, os usuários podem criar um perfil pessoal e publicar seu histórico profissional e portfólio de trabalhos realizados. O site também permite formar redes de contatos profissionais. Muitas empresas e organizações utilizam o Linkedin como principal fonte de busca por novos talentos, e manter informações atualizadas e completas é fundamental:

- Atualmente, minha equipe de produção de conteúdo da EAD possui três profissionais, dois deles encontrados no Linkedin. No mês passado, eu estava procurando mais duas pessoas para duas oportunidades de atividades temporárias, mas foi difícil encontrar, pois muitos usuários da rede social pecam por não oferecer um portfólio atualizado e diversificado. Para quem procura por um emprego, principalmente nas áreas que envolvem criação e atividade intelectual, eu daria a dica: mostrem seus trabalhos já realizados, alimentem seus portfólios!

Armadilhas 
Ainda que as redes sociais tenham facilitado a vida de quem procura por um emprego, é preciso desconfiar de ofertas atrativas em excesso. Salários exorbitantes e não compatíveis com a função podem ser ciladas a usuários desprevenidos. Outro problema é o ataque de criminosos que simulam páginas de grandes empresas com falsas oportunidades de emprego para roubar os dados dos usuários.  

Por isso, buscar referências da empresa ou agência que está divulgando a vaga, com pessoas que já tenham enviado currículo, e até mesmo que tenham sido contratadas é fundamental.

Alguns grupos de vagas de emprego em Santa Maria no Facebook

USE AS REDES SOCIAIS AO SEU FAVOR
Economista e professor da Universidade Franciscana (UFN), Mateus Froza afirma que o bom uso das redes sociais contribui na busca por emprego ou para se qualificar sem gastar.

- É uma tendência. As redes sociais são fonte de pesquisa e network. É uma decisão sábia em tempos de disputa acirrada no mercado de trabalho. E nem sempre é preciso botar a mão no bolso, pois é um campo farto para angariar conhecimentos como cursos nas melhores instituições do país. Mas, é preciso manter o cuidado com o que se posta e compartilha, nem todos têm o mesmo entendimento que você.

O professor também menciona a evolução deste momento profissional em comparação a outras épocas.

Na primeira Revolução Industrial (1820-1870), por exemplo, usou-se o vapor para mecanizar a produção - a indústria tirou as pessoas do campo e levou às cidades inglesas. Em meio à farta mão de obra, os critérios de empregabilidade se baseavam em características individuais como força, altura, peso e até gênero. À época, mulheres eram excluídas do mercado de trabalho. A segunda Revolução Industrial (1870-1980) usou a energia elétrica e motor a combustão para criar a produção em massa e reformular as relações da sociedade. Os trabalhadores passaram a ser vistos de forma segmentada, por habilidades específicas como operadores de máquinas, projetistas e administradores. Na terceira Revolução Industrial (1980-2010), chegam os computadores, internet, disseminação do conhecimento e da informação. Agora, aproxima-se a quarta Revolução Industrial, com robôs, veículos autônomos, impressoras 3D e nanotecnologia em que qualificação profissional e a busca por uma oportunidade de emprego nas redes sociais e aplicativos se inserem.

No Sine
Na Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Sine) - órgão do governo federal, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que tem por objetivo fazer a intermediação de mão de obra até empregabilidade, o uso das redes sociais também refletiu na agência de Santa Maria. Não há, numericamente, como mensurar essa troca de hábito, mas o coordenador, Ramiro Dutra, afirma: 

- A maioria das pessoas fica sabendo pelas redes sociais. Se não é no Facebook do próprio telefone, é por um amigo. Anunciamos pelas redes sociais dos meios de comunicação da cidade. E isso é bom. Economiza tempo e dinheiro quem precisava de ônibus para vir até o centro saber das vagas disponíveis.

A busca por emprego ao longo dos anos

  • 1ª Revolução Industrial(1820-1870) - Ampla oferta de emprego. Busca por características físicas e individuais
  • 2ª Revolução Industrial (1870-1980) - Busca e oferta por telefone, publicidade em jornais
  • 3ª Revolução Industrial (1980-2010) - Busca e oferta de emprego com análise de currículos, por pesquisa em sites e começo do uso de e-mail
  • 4ª Revolução Industrial (2010-Atualmente) - Busca e oferta de emprego pelas redes sociais

 (Colaborou Iander Moreira Porcella*)

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